Páginas

APRESENTAÇÃO

Este Blog é o produto final do curso "Melhor Gestão, Melhor Ensino", que se configura em uma ação de formação continuada para professores de Educação Básica do Ensino Fundamental II dos anos finais de Língua Portuguesa e Matemática, além de fazer parte do Programa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - "Educação - Compromisso de São Paulo". O curso em questão tem como objetivo, ampliar a formação dos cursistas para que possam participar de forma mais efetiva das práticas atuais que envolvem a leitura e a escrita em diversos contextos, situações, suportes e mídias. Durante o curso, o Grupo 7 foi formado para que executasse a tarefa de criação de um "Blog de Grupo" para escrita colaborativa. O primeiro passo já foi dado, agora, vamos em frente!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"MEU PRIMEIRO BEIJO", ANTONIO BARRETO: SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA
1ª EDIÇÃO – 2013
TURMA 231

 Situação de Aprendizagem desenvolvida para o 9º ano do
Ensino Fundamental – Ciclo II”

Silvana Maria Moreli

Encontros Presenciais: 22, 23 e 24 de maio de 2013.

Grupo: Gislaine Carneiro Guerreiro
               Gracia
               Iara Bento
               Juliana Hernandes
               Silvana Maria Moreli

Antes da  Leitura:
      * Antecipação do Conteúdo do Texto:


1º PASSO:

a)    Espalhar pela sala de aula, imagens de beijos (preferencialmente, obras de arte) para aguçar a curiosidade dos alunos (Obs.: Essas imagens (sugestões) podem ser utilizadas, na sequência, em um trabalho paralelo com a disciplina de Arte – projeto interdisciplinar)
Imagem 1 - "Passione", Vik Muniz
Imagem 2: "O Beijo", Francesco Hayez
Imagem 3 - "O Beijo", Auguste Rodin 
Imagem 4: "O Beijo", Gustav Klimt
Imagem 5 - "O Beijo", Rubens Gerchman
Imagem 6 - "O Beijo", Toulouse Lautrec
Imagem 7 - Eros e Psiquê, Antonio Canova
Imagem 8 - "O Beijo", Edvard Munch
b)    Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos – antecipação do tema com base no título “Meu primeiro beijo”;
c)  Algumas questões para direcionar a discussão oral: “Você já viu “beijos de novela”? Sabem por que têm esse nome? O que representa “um beijo” em sua opinião? Quais os significados dos vários tipos de beijos (beijo na mão, na testa, no rosto)? Vocês conhecem a cultura de outros países em que os homens se beijam? O que vocês esperam encontrar em um texto com esse título - “Meu primeiro beijo”? Quais as expectativas de vocês com relação à leitura desse texto?”

2º PASSO:

a)    Sobre o autor – questionar: “Alguém o conhece? Já leu alguma obra ou algum texto desse autor?”
b)    Apresentar uma breve biografia: (Disponível em: http://www.palavrarte.com/equipe/equipe_antbarreto.htm)

Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em Passos (MG) em 13 de junho de 1954. Reside em Belo Horizonte desde 1973. Morou também em algumas cidades do Oriente Médio, onde trabalhou como projetista de Engenharia Civil, na construção de estradas, pontes e ferrovias. Tem vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, para obras inéditas e publicadas, nos gêneros: poesia, conto, romance e literatura infanto-juvenil. Entre eles: Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro - três vezes, oito vezes indicado), Bolsa Vitae de Literatura, Prêmio Remington, Bienal Nestlé de Literatura, Prêmio Minas de Cultura, Prêmio Nacional de Contos do Paraná, Prêmio “Guimarães Rosa” de romance, Prêmio “Emílio Moura” de poesia, Prêmio “Cidade de Belo Horizonte” - poesia e contos, Prêmio “João-de-Barro” de literatura infantil e juvenil , Prêmio “Carlos Drummond de Andrade” e “Manuel Bandeira” de poesia, UBE (SP), UBE (PE), UBE(RJ); Prêmio “Henriqueta Lisboa”, Prêmio “Petrobrás” de Literatura, Prêmio Nacional de Literatura/UFMG, Prêmio Bienal do Livro de BH, Prêmio Bienal Internacional do Livro de SP, Prêmios de “Leitura Altamente Recomendável” para crianças e jovens/FNLIJ-RJ, Prêmio “Tereza Martin” de Literatura, Prêmio Internacional da Paz/Poesia (ONU), Prêmio “Ezra Jack Keats” da Unesco/Unicef (EUA), Prêmios/ Obras/Catálogo do IBBY (Unesco) e Prêmios/Obras/Catálogos Bienais Internacionais do Livro de Bratislava, Barcelona, Bolonha, Frankfurt e Cidade do México. Participa também de várias antologias nacionais e estrangeiras de poesia e contos. Foi redator do Suplemento Literário do Minas Gerais, articulista e cronista do jornal Estado de Minas e da revista “Morada” (BH). Colabora com textos críticos, poemas e artigos de opinião para “El Clarín” (Buenos Aires), “Ror” (Barcelona); “Zidcht” (Frankfurt), “Somam” (Bruxelas); ” : e outros periódicos. Atualmente coordena a Coleção “Para Ler o Mundo”, da Formato Editori.

Principais obras publicadas:
1.) Poesia: O sono provisório (Francisco Alves, 8); Vastafala (Scipione, 88).
2.) Contos: Os ambulacros das holotúrias / Reflexões de um caramujo (UFMG, 90/93).
3.) Romance: A barca dos amantes (Lê, 90); A guerra dos parafusos (José Olympio, 93).
4.) Infantis e Juvenis: Lua no varal e Isca de pássaro é peixe na gaiola (Miguilim, 87, 89); A noite é um circo sem lona (Record, 87); Livro das simpatias (RHJ, 90); Bombeiros do sol, com Graça Sette (José Olympio, 97); Brincadeiras de anjo, Tem um avião lá fora, O velho pássaro da lua e Balada do primeiro amor (FTD, 87, 87, 96, 97).
5.) Crônicas: Transversais do Mundo (Lê, 99)
6.) A sair: Zoonário (Mercuryo, 01), O menino que não sonhava só (Mercuryo, 01).

Durante a Leitura:

1º PASSO:

a)   Leitura em voz alta pelo professor – com ênfase na entonação e com paradas estratégicas para questionar os alunos sobre o que eles acham que vai acontecer na sequência (levantamento de hipóteses).

Texto
Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.

2º PASSO: Entregar uma cópia do texto para cada aluno e solicitar que, em duplas, façam uma leitura dramatizada do texto.

Depois da Leitura:

1º PASSO: Levantamento/esclarecimento de palavras desconhecidas – em um primeiro momento, por meio de inferências e, na sequência, comprovando por meio  do estudo do vocabulário nos  dicionários.

2º PASSO: Busca de informação complementares (gasto de calorias, ação dos músculos, batimento cardíaco,  composição da saliva, substâncias orgânicas entre outros). Obs.: propor ao professor de Ciências para que dê uma aula sobre a afirmação: “Você é a glicose do meu metabolismo”.

3º PASSO: Troca de impressões sobre o texto:  o texto atingiu as expectativas, as hipóteses levantadas se confirmaram; os alunos compreenderam  de forma global o texto?

4º PASSO: Avaliação: os alunos compreendem o conteúdo não explícito - inferência e integração do segmento do texto.

"PAUSA", MOACYR SCLIAR: SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Sandra Regina Ribeiro de Souza Paixão

Público alvo: 
8ª série/9º ano.

Cronograma:
6 aulas.

Objetivos:
- Fazer com que o aluno interaja com o texto tanto de forma oral quanto escrita, criando hipóteses de sentido;
- Intertextualidade com Geografia, para que o aluno compreenda partes do texto;
- Diferentes formas de dialeto: norma culta e coloquial;
- Sequência tipológica: descrição e narração (diante de um juízo de valor: dissertação);
- Gênero: crônica/conto e relato;
- HQ como linguagem mista para estimular a história através da criação de cenários e comportamento dos personagens.

Estratégias:
- Aula dialogada;
- Identificação das diferentes tipologias e gêneros;
- Análise da norma-padrão e coloquial;
- Compreender, identificar e utilizar os mecanismos de coerência e coesão no texto;
- Criar hipóteses a partir do título e modificá-las a partir da análise da leitura parcial do mesmo;
- Inserir de modo intertextual informações encontradas no texto;
- Estabelecer relação com o cotidiano;
- Construir parágrafos dissertativos/argumentativos de acordo com o contexto da situação comunicativa;
- Levantar hipóteses a respeito do juízo de valores presentes nas metáforas do texto;
- Músicas “Cotidiano”, de Chico Buarque de Holanda, "Esquadros", de Adriana Calcanhoto e texto “Circuito Fechado”, de Ricardo Ramos.

Procedimentos:
1º Passo
Apresentação do título para levantamento de hipóteses tais como: Você sabe o que é “Pausa”? O que você espera de um texto que tenha este título?

2º Passo
Projeção do início do texto até o nono parágrafo com os seguintes questionamentos: Você acha que de fato o personagem vai trabalhar? É normal trabalhar aos domingos?

3º Passo
Continuação da leitura até o parágrafo dezessete, uma vez que o personagem do texto não foi trabalhar, há novos questionamentos: O que ele estaria fazendo no hotel? Por que ele teria mentido para sua esposa?

4º Passo
Leitura até o parágrafo vinte e dois, se efetuará um novo questionamento: E agora o quê poderá ocorrer?

5º Passo
Leitura do parágrafo vinte e três, última pausa, para o seguinte questionamento:  Qual é a sua expectativa com o desfecho do conto? O que acontecerá com o personagem?

6º Passo
Finalização da leitura.

7º Passo
Confirmação ou retificação das expectativas criadas antes e depois da leitura.

8º Passo
Colocar os alunos em círculo para debater a respeito do texto.

9º Passo
Apresentação da músicas “Cotidiano”, de Chico Buarque de Holanda e "Esquadros", de Adriana Calcanhoto.

10º Passo
Apresentação do texto “Circuito Fechado” (Ricardo Ramos).

11º Passo
Verificação baseada no texto: para que serve uma pausa, quando a mesma é necessária, se isso resolve o problema de determinada situação, se ela só se dá na vida privada ou também com intenções sociais e, por último, se representa um instrumento.

Recursos Midiáticos:
- Estimular o aluno a pesquisar sobre o autor, suas obras e características das mesmas, para que este possa perceber se o autor mantém o mesmo estilo (internet);
- Desafiar o aluno a criar uma HQ por meio da internet.

Avaliação:

- Saber se os alunos atingiram parcialmente ou plenamente os objetivos propostos com a avaliação processual: a participação, a evolução a partir da instigação do professor, a relação entre a parte geográfica e o texto, a linguagem culta e coloquial usada em diferentes meios e observar a produção de texto e a HQ, não como produto final, mas, sim, como mais um meio de verificação do entendimento da leitura.

"MEU PRIMEIRO BEIJO, DE ANTONIO BARRETO: SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
COM FOCO EM LEITURA 
Simone Aparecida Crema de Souza

GÊNERO : Conto
TEXTO:  Meu primeiro beijo
AUTOR: Antonio Barreto
PÚBLICO  ALVO: Alunos do 9° ano
GRUPO 5: Simone Crema, Rose Finatti, Rosemary Nogueira e Malise

Imagem: "O Beijo", de Francesco Hayez
Situação de aprendizagem:
Construir uma situação de aprendizagem com o texto: “Meu primeiro beijo”, de Antonio Barreto, levando em consideração a necessidade de atividade diferenciada para atender a heterogeneidade da classe.

Estratégia:
Antecipação de conteúdos ou propriedades dos textos, como pressuposto para  incentivar o “jogo de adivinhações” proposto por Frank Smith (1989). Organizar a classe em dupla, onde  um aluno com mais dificuldade realizará as atividades  com outro com menos dificuldade.  

Primeiro passo:
Antes da leitura do texto, por meio de discussão oral, o professor levantará as seguintes questões: Como foi seu primeiro beijo? Vocês têm lembranças? Foi uma experiência boa?  Vocês estavam apaixonados? A quem vocês contaram o fato?  O que se pode esperar de um texto com esse título?

Segundo passo:
Após a discussão oral, o professor fará a primeira leitura, abrindo espaço para a opinião dos alunos.
Posteriormente, a professora pedirá aos alunos com menos dificuldade para ler o texto, aos alunos com mais dificuldade.  A professora recolherá o texto e pedirá a todos que façam a reescrita do texto.
Enquanto isso, a professora de apoio, juntamente com a professora da sala regular,  circularão pela sala apoiando os alunos com mais dificuldade.
Os textos reescritos serão recolhidos pelas professoras.

Terceiro passo:
Numa segunda situação de aprendizagem, a professora anotará na lousa as características do gênero conto e as tipologias narrar e descrever presentes no texto.
Posteriormente, a professora devolverá o texto original aos alunos e pedirá a eles que respondam as seguintes questões:
Quais sãos os personagens envolvidos no conto?
O narrador está narrando em primeira ou terceira pessoa?
O autor é masculino e o narrador?
Quais os apelidos atribuídos ao garoto pela narradora?
Como ela (a narradora) descreve seu primeiro beijo?
O que você entende pela frase “abismo do primeiro beijo”?
O último parágrafo apresenta marcas da passagem do tempo? De exemplo:
Como você compreendeu o desfecho final?

Quarto passo:
Com relação às atividades midiáticas, os alunos serão levados à sala de informática para pesquisar as seguintes questões:
A origem histórica do beijo;
as reações provocadas pelo beijo;
os perigos de transmissão de doenças infecto-contagiosas pelo beijo;
as diferentes culturas do beijo;
os tipos e nomes do beijo que circulam na mídia;
o nome científico do beijo;
as diversas situações em que beijamos as pessoas.

Avaliação:
Atividade intertextual – Os alunos deverão fazer uma analogia entre três textos: “Meu primeiro beijo” de Antonio Barreto; “O primeiro beijo” de Clarice Lispector e  o capítulo 14 (Primeiro beijo) da obra  “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.

Socialização:

Os alunos  elaborarão  uma entrevista em dupla questionando aspectos do primeiro beijo e comentarão em sala de aula, compartilhando as informações.

"PAUSA", MOACYR SCLIAR: SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Sandro Alves Lima

Texto “Pausa”, de Moacyr Scliar

Antes da leitura: 
Já ouviram falar sobre o autor? Já leram alguma coisa sobre ele?

(se houver obras do autor na sala de leitura, apresentar aos alunos para ser feita a apreciação dos livros)

Conhecem o significado da palavra “pausa”?
O que você espera de um texto cujo título é “Pausa”?

(o professor deve anotar as expectativas dos alunos na lousa e depois da leitura confirmar ou não as expectativas)

Leitura em voz alta feita pelo professor:

(utilizando entonação de voz, vozes para chamar atenção das vozes do discurso)

Os alunos acompanharão a leitura feita pelo professor

(leitura interrompida para confirmação ou não das expectativas, listadas anteriormente)

Depois da leitura:

Há presença de palavras que dificultam o entendimento do texto?
Qual foi a pausa retratada no texto?
Que expectativas foram criadas no trecho em que Samuel encontra as duas mulheres no corredor?
Que é a personagem Isidoro?
Na sua opinião, por que Samuel dá pausa em sua vida uma vez por semana?
Gostou do final do texto? Ele te surpreendeu? Daria um final diferente?

(o professor passará o filme “Click”, assim, os alunos serão levados a refletir sobre a intertextualidade existente entre a crônica e o filme)

Há semelhanças entre o comportamento dos personagens, tanto da crônica quanto do filme? Há diferenças?

(o professor dividirá a classe em grupos para leitura dramatizada)

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Breve relato sobre minhas primeiras letras

Minha experiência com as letras começou muito cedo. Numa época em que não haviam celulares e poucos tinham telefone fixo, como se comunicar com os familiares que moravam espelhados por todo o Brasil? Para quem sabia ler e escrever, bastava fazer uso de cartas, mas a uma criança de 4 anos, restava ditar e ouvir. Essa ânsia pela comunicação escrita fez com que me interessasse pelas palavras, e minha mãe começou a me presentear com gibis e mapas. No começo ela lia as revistinhas para mim e mostrava nos mapas onde moravam alguns dos meus familiares, que eu gostava tanto. Eu prestava bastante atenção e depois lia para minha irmã mais nova. Em dado momento, minha mãe parou de ler para mim e tive que aprender. Não me lembro ao certo o momento exato em que consegui, mas sei que, de repente, meu pai percebeu que eu estava lendo. Gaguejando, mas lendo. Isso antes de eu entrar no Jardim de Infância. E me tornei cliente da banca de revistas da avenida onde eu morava. E mais do que isso, passei a conhecer o mundo: lia mapas da cidade de São Paulo, do Brasil, da América do Sul, do planeta Terra. Da vida.

RELATO: EXPERIÊNCIA PESSOAL COM LEITURA E ESCRITA

Imagem: valdemibaldo.blogspot.com
Simone Aparecida Crema de Souza

Lembro-me que logo após ter aprendido a ler com certa fluência, por volta dos meus oito anos de idade, em visita à biblioteca da escola observei a capa de um livro, cujo título “Eu vi mamãe nascer”, do autor Luiz Fernando Emediato, despertou-me uma imensurável curiosidade. Ao ver o livro na estante, de capa verde e com um título daquela natureza, quase uma anástrofe que mudava não a ordem das palavras, mas a ordem natural das coisas, não tive dúvida, era preciso entender aquele tema literariamente grandioso e ao mesmo tempo tão contundente para a minha pouca idade.  Desde então, não parei mais de ler.
Ainda criança, li alguns livros infanto-juvenis, outros voltados a um público mais adulto, entre eles, “Operário em construção” de Vinícius de Moraes, “O aprendiz de feiticeiro” de Mario Quintana, “O Seminarista”, de Bernardo Guimarães. Quanto a este, não era muito adequado para a minha pouca idade, pois o trago em minhas lembranças, mais pela leitura imposta do que pela leitura feita por vontade própria.

Antes mesmo de aprender a ler, tive contato com a leitura através de histórias contadas pelos meus avós. Minha mãe é tão adepta a textos literários que até hoje, no auge de seus setenta anos, ainda declama poesias guardadas em sua memória, poemas de Casimiro de Abreu, Cora Coralina, Olavo Bilac,  entre outros. Gosto muito de ouvi-la, gosto muito de ler, mas escrever nunca foi o meu forte. E como não possuo esta dádiva, apoio-me nas palavras do mestre Cândido (2004), ao afirmar que “a literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante”.  E com um pouco mais de lirismo, compartilho a poética de Rubem Alves, ao indagar que “A literatura é um processo de transformações alquímicas. (...) O escritor transforma. O escritor transubstancia.”

RELATO DE EXPERIÊNCIA PESSOAL COM A LEITURA E A ESCRITA

Imagem: magiadaleituraeescrita.blogspot.com
Sandra Regina Ribeiro de Souza Paixão

Engraçado fazer este exercício de pensar sobre como a leitura e a escrita se tornaram importantes em minha vida; num primeiro momento achei que o marco na minha vida  no que diz respeito à prática de escrever e ler teria sido um mas, então, enquanto tomava banho, me dei conta de quando e como estas atividades se tornaram significativas para mim.E, a importância de ambas,tem como personagem principal a mesma pessoa: meu tio Wagner. Estava na pré-adolescência e meu tio, que fazia parte de um grupo de teatro de grande sucesso à época, foi, juntamente com o grupo, excursionar pela Europa.De lá, ele mandava cartas e cartões postais, através dos quais contava suas experiências, suas impressões e da beleza que encontrava em cada lugar que visitava. Eu morava com meus avós e, era eu quem lia estas cartas e cartões para minha avô.Que morria de saudades do filho e, ao mesmo tempo, sentia-se orgulhosa dos caminhos pelos quais o filho trilhava. A partir das informações que lia nos relatos de meu tio e das paisagens que via nos cartões postais, passei a interessar mais por aqueles países longínquos e comecei a ler os jornais, que meu avô comprava ,diariamente, para saber mais sobre aqueles lugares maravilhosos. Percebo, agora, que estas leituras foram as que, de verdade, contribuíram para minha paixão pela leitura..Dos jornais, passei para a literatura e, a possibilidade de conhecer novos mundos,pessoas e outras formas de ver o mundo se ampliaram e este hábito tornou-se uma das minhas paixões favoritas. Quanto à escrita, meu tio Wagner também foi o responsável por incentivar-me a escrever, mostrando-me que eu podia faze-lo. Lembro-me que tinha que escrever um texto sobre Brasília como tarefa das aulas de Língua Portuguesa; tio Wagner estava em Bebedouro, passando férias e ,conversando com ele sobre a atividade, sugeriu-me que escrevesse uma carta para Brasília, como se a cidade fosse uma pessoa.Ele, criativo como era, me ajudou a descobrir a prosopopéia. Consegui escrever um texto interessante,diferente e que foi elogiado pela professora. Mas, na verdade, depois de ter escrito inúmeros  outros textos, acho que o mais importante foi o que escrevi sobre ele. Tio Wagner, que morava no Rio de Janeiro, morreu assassinado durante um assalto; foi mais uma vítima da violência urbana. Depois de algum tempo, a Câmara Municipal apresentou um projeto de lei para que o nome dele fosse dado a uma rua da cidade. Na ocasião, meu tio Wilson, pediu-me que escrevesse um texto meio que biográfico do tio Wagner para ser apresentado à Câmara.E eu o fiz. Mas, não consegui escrever atendo-me apenas a sua biografia. Quando o tio Wilson terminou de ler o texto, ele chorou. E percebi que, mais do que apenas relatar sobre a vida dele, eu tinha conseguido falar  da minha admiração e afeto pelo meu amado tio.

RELATO PESSOAL - EXPERIÊNCIA DE LEITURA/ESCRITA

I
Silvana M. Moreli
Desde muito cedo, por volta dos meus cinco anos de idade, me apaixonei pelas “letras”. Queria desvendar o mistério daqueles símbolos que, um a um, se juntavam, “davam-se as mãos” e formavam o que, segundo a minha mãe, eram as “palavras”: apaixonei-me (também) por elas!
Imagem: ilha-da-lindalva.blogspot.com
Minha mãe, costureira de profissão, desenhava as letras em seu "caderno de medidas": para cada cliente, um nome diferente (Tereza, Cida, Geni, Lurdinha, "Lola", "Bimba", Olga, Raruco...), uma medida diferente... Eu viajava em cada movimento da sua mão segurando o lápis ou a caneta. Com linhas ou sem linhas no papel, as palavras flutuavam, dançavam, seguiam uma coreografia leve e suave... às vezes um pouco mais rápida, mas, artisticamente, nobre.  A letra da minha mãe era, aos meus olhos de criança, arte, na mais sublime expressão da palavra.
Por falta de oportunidade, minha mãe estudara pouco, apenas até a quarta série do antigo curso primário, porém, fora diplomada, com louvor, pela escola da vida e, com essa distinção, me guiou com maestria ao caminho das letras.
Aos cinco anos, fiz o pré-primário e, tamanha era a minha avidez por aprender, que já sabia juntar as sílabas, formar palavras e... ler! Uma cartilha “Caminho Suave” chegou até as minhas mãos: devorei-a! É certo, no entanto, que a minha leitura apresentava alguns tropeços, mas estes não foram empecilhos para que eu desanimasse ou desistisse de aprender, ao contrário, me impulsionaram a seguir aprendendo. Afinal, queria ler como a minha mãe, sem tropeçar, sem gaguejar... como se as palavras fossem borboletas saindo da boca em um voo suave e colorido.
Adorava ouvir as histórias que minha mãe lia para mim. Às vezes, ela as repetia, mas eu não me importava com isso: a cada dia sua voz me remetia a uma nova história, a uma nova viagem... Além disso, não havia muitos livros em casa (o pouco que havia era fruto de doações) e não havia dinheiro suficiente para adquirir novos exemplares: eu percebia isso! Contudo, aprendi, também com a minha mãe, a amar os livros e a respeitá-los: “os livros têm sentimentos, têm alma, têm vida própria e sofrem como nós. Cuide muito bem deles, não os machuque, não os maltrate!”
Lia muito, lia de tudo, qualquer coisa. O percurso feito de ônibus da vila onde morava (Vila Hortolândia) até o centro da cidade (Jundiaí-SP.), por exemplo, repleto de outdoors, placas, pichações, grafites... era, para mim, o paraíso das letras, o grande mistério a ser desvendado – e eu tinha a chave! Lia tudo, avidamente, e queria mais!
Fui contagiada pelo fascínio das letras e, desde então, não consegui parar. Sim, fui contaminada pelo vírus da paixão pela leitura e pela escrita. Cura? Melhor não pensar nessa hipótese...

II

Morávamos em Jundiaí-SP, eu, meu pai e minha mãe, na Vila Hortolândia, em uma época em que as pessoas pareciam não ter tanta pressa: havia tempo suficiente para, pelo menos, cumprimentar umas às outras com um sorriso nos lábios, um aceno, um “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”.
Imagem: http://historiasvalecai.blogspot.com
Um casal de vizinhos – “seu” Augusto e “dona” Noemia –, foram  grandes incentivadores para o aprimoramento da minha competência leitora. O que eles faziam? Todos os dias, sentávamos na varanda dos fundos da casa deles e o “seu” Augusto, muito terno, entregava-me um jornal. Naquela época, aquele jornal, parecia maior do que eu; pesava em minhas mãos e as letras eram tão miúdas! De repente, todos esses devaneios eram interrompidos  pela voz do “seu” Augusto dizendo: “Leia para nós, por favor!”. Às vezes ele escolhia a notícia, o artigo que seria lido, em outras, porém, ele pedia para que eu mesma escolhesse. 
Ah! Eu me sentia tão importante com aquele jornal nas mãos! Eu lia! Eu sabia ler! Ficava radiante quando o “seu” Augusto e a “dona” Noemia olhavam para mim admirados e diziam que eu lia melhor a cada dia. No alto dos meus seis, sete anos de idade, eu não tinha a real dimensão da importância do gesto desse casal. Graças a ele procurava aprimorar a leitura e, graças a ele, até hoje, não consigo passar indiferente perto de um jornal: o “seu” Augusto e a “dona” Noemia me mostraram, mesmo que de forma bem simples, o quão importante é ler, buscar a informação, nos inteirarmos do que acontece à nossa volta, na nossa cidade, no nosso país, no mundo, afinal, fazemos parte desse contexto. Este casal era o centro de uma família bastante humilde, sem qualquer ostentação. Viviam de maneira muito simples, sim, mas, fizesse chuva ou sol, o “seu” Augusto voltaria para casa com o jornal do dia. 
III
Tia Maria não era, de fato, minha tia, ela era esposa do filho da madrasta do meu pai. Parece confuso dito dessa maneira, mas, é isso. E, voltando ao início, Tia Maria era professora. Sim, professora! E, ao pronunciar  esta palavra, naquele tempo, soava como uma reverência. Tia Maria e tio Tuninho moravam no centro da cidade, na Rua XV de Novembro (Jundiaí-SP.), tinham  uma bela casa e viviam muito bem com seus dois filhos: Antonio Carlos e Rosângela.  Com frequência, íamos visitá-los. Ir para a casa da tia Maria, para mim, representava muito, era motivo de festa, melhor do que ir a um parque de diversões. Ainda com meus sete, oito anos, admirava a tia Maria, queria ser professora também: tia Maria ensinava um monte de alunos, era respeitada por todos, era fina, falava baixo, tinha um timbre de voz bem suave, trejeitos leves... Era muito educada! Normalmente íamos à tarde, por volta das dezesseis horas e, na chegada, uma mesa farta estava pronta, à nossa espera, com  café, chá, leite, sucos, vários tipos de pães, tortas, doces e outras guloseimas... Era muito bom!  Mas, o que eu gostava mesmo, era de ficar observando a enorme estante de livros da tia Maria.
Imagem: http://visaodigital.org
Imagem: http://espaconarizinho.blogspot.com


Parecia uma livraria! Folheava um e outro livro, demorava um pouco mais nas capas de alguns, nas encadernações... Sentia a textura dos papeis nos meus dedos e o cheiro de cada um... Hummm! Perfume francês! Foi numa dessas idas à casa da tia Maria e numa das inúmeras visitas à sua estante que eu ganhei um livro que marcou para sempre a minha vida: “Reinações de Narizinho”, de Monteiro Lobato. Não sei quantas vezes (re)li esse livro, mas o Sítio do Picapau Amarelo marcou a minha infância; Monteiro Lobato me fez sonhar e trago sempre comigo, até hoje, um pouco de pó de pirlimpimpim para não deixar que a vida perca a sua magia.