Imagem: valdemibaldo.blogspot.com |
Lembro-me que logo após ter aprendido a ler com certa fluência, por volta dos meus oito anos de idade, em visita à biblioteca da escola observei a capa de um livro, cujo título “Eu vi mamãe nascer”, do autor Luiz Fernando Emediato, despertou-me uma imensurável curiosidade. Ao ver o livro na estante, de capa verde e com um título daquela natureza, quase uma anástrofe que mudava não a ordem das palavras, mas a ordem natural das coisas, não tive dúvida, era preciso entender aquele tema literariamente grandioso e ao mesmo tempo tão contundente para a minha pouca idade. Desde então, não parei mais de ler.
Antes mesmo de aprender a ler, tive contato com a leitura através de histórias contadas pelos meus avós. Minha mãe é tão adepta a textos literários que até hoje, no auge de seus setenta anos, ainda declama poesias guardadas em sua memória, poemas de Casimiro de Abreu, Cora Coralina, Olavo Bilac, entre outros. Gosto muito de ouvi-la, gosto muito de ler, mas escrever nunca foi o meu forte. E como não possuo esta dádiva, apoio-me nas palavras do mestre Cândido (2004), ao afirmar que “a literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante”. E com um pouco mais de lirismo, compartilho a poética de Rubem Alves, ao indagar que “A literatura é um processo de transformações alquímicas. (...) O escritor transforma. O escritor transubstancia.”
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